sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Rota Márcia Prado – São Paulo/Santos - 10/12/11 - 73 km - Das 9:30 até 18:00 hs

Não será fácil fazer um relato fiel de todos os acontecimentos que marcaram esta ciclo-viagem épica. Esta inesquecível aventura foi organizada - em Sorocaba - pelo grupo Sorocaba Bikers. A organização geral do evento, que reuniu cerca de 2800 ciclistas de diversas regiões do estado, foi feita pelo Instituto Ciclo BR. Estavam presentes pelos Cervabikers®: Enéas, Capivara, Pêra, PP, Big, Cleber,  nossos amigos Claudia, Cris Kako, Sam, Clovis e cerca de 120 ciclistas de vários grupos de Sorocaba. Foram disponibilizados 3 ônibus para a viagem.  Logo de madrugada (4:30H), chegamos à praça Frei Baraúna para “pegar” o “bumba” que nos levaria até a balsa para o bairro Grajaú em São Paulo. A primeira missão seria alojar a bike no compartimento de bagagem. Esta tarefa foi feita com maestria pelo Sam que fez um verdadeiro “zipamento” de bikes. Coube tudo direitinho, até mesmo a bike com camisinha do Capivara (toda revestida com plástico bolha).
 Depois de já ter alojado sua bike e se posicionar ao lado de Perinha no bumba , Capivara percebe que havia esquecido algo vital: Seu capacete e luvas. Saiu em disparada em direção ao estacionamento, pegou o carro e partiu - em alta velocidade - para buscar os 2 equipamentos indispensáveis. Nem o Airton Senna seria mais veloz que Capivara. Em 20 minutos já estava de volta.
Os ônibus partiram pontualmente atrasados às 5:30H e chegaram em Interlagos às 8:10. O motorista estava um pouquinho atrapalhado e fez um tour por toda a região antes de achar o local onde é feito o embarque na balsa. O trabalho de remontagem das rodas das bikes também tomou um pouco de tempo do grupo, e somente conseguimos partir para nossa épica missão às 9:30H.



Vejam que o roedor sem noção veio com um agasalho branco para enfrentar toda a chuva e barro que viria pela frente! Enéas trouxe apenas a sua pança e PP funcionaria como ponto de referência com seu agasalho vermelho LED.
Nos dirigimos para a balsa para cruzar o canal da represa de Guarapiranga e chegar ao Grajaú, onde pedalamos no asfalto molhado e escorregadio por cerca de 5 km até a próxima balsa que levaria para reserva do Bororé.

  



 


Nesta etapa a  coisa  começou a ficar um pouco mais tensa. Pedalamos mais 15 km por uma estradinha lamacenta e cheia de fortes aclives e declives. O resultado disto foi que várias bikes apresentaram sérios problemas mecânicos, principalmente falha geral nos freios. Podemos citar os seguintes casos dentre nossos amigos:  O Sam, o Big e o Clovis ficaram sem o freio na frente, a Claudia e o Cleber sem os 2 freios. Várias bikes foram parando pelo caminho devido aos mais diversos problemas. Todos estavam imundos devido ao barro.


 

Tivemos mais uma surpresa ao chegar à entrada da Rodovia dos Imigrantes: A Policia Rodoviária não queria permitir a entrada dos ciclistas na rodovia. Um  grande tumulto foi se formando devido a grande quantidade de ciclistas que estavam no local. Depois de muita discussão acabaram liberando a entrada. Aí foi só alegria. Mas como ficariam nossos amigos sem freio? Claudia não conseguia disfarçar a tensão. Como seria possível passar pela inspeção de freios na entrada da pista de manutenção e descer, mais de 11 km, sem freios numa pista escorregadia. Claudia se lembrou de sua aventura no ano anterior onde concluiu o percurso com grande dificuldade devido à falta de preparo físico. Desta vez, que havia feito um treinamento de alto impacto com os Cervabikers® e estava preparada fisicamente para este desafio, será que o destino lhe prepararia mais esta  bravata?
 
Tensão, muita tensão. O clima foi ficando um pouco triste. PP tentou ver o que estava ocorrendo com as bikes de Cleber e Claudia e constatou que não tinha mais pastilha.
A policia rodoviária foi liberando a entrada dos ciclistas - no acostamento da Rodovia dos Imigrantes - em grupos de 30. Foi se formando uma grande fila, aguardando a liberação para prosseguir.




 

Finalmente a Imigrantes foi liberada para que continuássemos e, para nossa imensa surpresa, somente para o majestoso e inesquecível pelotão de bravos ciclistas.  Este momento vai ficar guardado na memória: A Imigrantes somente para nós!! Neste momento começou a chover novamente, talvez porque a Márcia, lá de cima, ficou comovida com esta grandiosa homenagem.

 

Depois de mais 3 km pedalando pela Imigrantes, num misto de euforia e preocupação com nossos amigos, nós chegamos à entrada da pista de manutenção. Estava um tremendo tumulto porque precisava ser preenchido um termo de responsabilidade, mas a chuva não estava ajudando. Por fim a organização desistiu da idéia e liberou a entrada do pessoal. Nem sequer checou os freios das bikes.
- Ufa!  Nossos amigos poderiam continuar, mas como fazer para descer a serra sem freio?

 



 

O trecho mais bacana e perigoso começou nesta etapa. A Claudia e o Cleber desciam com o tênis segurando a roda traseira. Era um barulho semelhante ao de uma motoneta Garelli em plena aceleração. E assim foram nossos bravos heróis descendo a serra por um caminho paradisíaco.

 

Os Cervabikers® desceram agrupados e com todo o cuidado, pois o piso estava muito escorregadio e vários ciclistas vinham em velocidades incompatíveis como risco de um tombo mais sério. A beleza do local era tamanha que parávamos a todo instante para fazer fotos dos locais. Enquanto isso nossos amigos Claudia e Cleber vinham só no sapatinho, ou seria só na sapatilha. A chuva ainda castigava bastante, mas estávamos como que anestesiados por toda aquela beleza e tudo parecia estar perfeito.
 




Depois de alguns quilômetros chegamos num túnel, que para nossa surpresa, chegava até a pista principal da Imigrantes.


 


Descemos mais um pouquinho e chegamos ao ponto mais bonito do passeio: Uma tremenda cachoeira que cruzava o nosso caminho. Simplesmente fantástico.  Vejam que Claudia, já quase sem sapatilha, ainda mantinha o humor sob controle. O único problema era o cheiro de borracha queimada que estava muito forte.



Um pouco mais à frente,  ajudamos a atender um rapaz que sofreu um acidente mais sério ao chocar-se com o pilar de um portão. Neste momento percebemos que a infra-estrutura de atendimento de emergência do evento era muito falha. Não tínhamos como chamar um resgate porque ninguém sabia exatamente onde estávamos. Também não havia uma ambulância de plantão para atender este tipo de ocorrência. O jeito foi parar um motociclista para este buscar ajuda para o rapaz. A Dulce logo chegou ao local e passou a acompanhar o rapaz que não fazia parte do grupo que veio de Sorocaba. Deixamos o pessoal no local e continuamos nossa descida. No caminho pudemos ver que o motoqueiro trouxe, acompanhado de uma caminhonete, um grupo de apoio para atender o rapaz. Depois ficamos sabendo que felizmente o rapaz estava bem.
Chegamos finalmente ao fim do parque e reagrupamos para cruzar as comunidades de Cubatão. Neste momento o tempo começou a melhorar gradativamente.  Mesmo depois de um bom tempo de espera, Claudia, Sam e Cleber não chegaram a tempo de sair junto conosco para Cubatão.



 
Cruzamos Cubatão até chegarmos à rodovia que leva até Santos. Nosso destino final se aproximava a cada pedalada. Mais um desafio estava sendo vencido com muita segurança e tranqüilidade.


Fizemos uma rápida parada para degustarmos os quitutes preparados pela esposa do Marcos e rumamos em direção ao posto 1 de Santos. No caminho o Cleber nos alcançou e seguiu conosco.
Chegando ao Posto 1, avistamos Chico-Loco tomando todas já fazia algum tempo. Partimos então para nossa tão esperada Hidratação Praiana.  Estávamos com o estomago nas costas e atacamos avidamente 3 porções e várias loiras geladas. Nosso happy hour durou cerca de 40 minutos até que o restante de nossos amigos chegou: Claudia, Sam  e  o pessoal da Dulce. Neste momento já era 18:40 e cerca de 40 minutos depois seguimos para o ônibus  que estava na Vila Belmiro – à cerca de 3 km do Posto 1-  para retornarmos para Sorocaba.
 



 
Ao chegar até o ônibus,  percebemos que o brilhante empacotamento de bikes feito pelo Sam na vinda não havia se repetido na volta. Quando chegamos, o bagageiro já estava completamente lotado de bikes e precisavam ser colocadas mais quinze.  Não teve jeito, foram retiradas todas e recolocadas novamente de forma mais organizada. Mesmo assim, ainda vieram 2 bikes a mais no corredor do ônibus.

Devido a este pequeno contra-tempo e de alguns integrantes que chegaram muito atrasados até o ônibus, acabamos partindo por volta das 20:20H.  Estava finalizada mais uma grande aventura! Ano que vem tem mais!




Link Noticia Folha Online: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1019819-cerca-de-2800-ciclistas-fazem-rota-sao-paulo--santos-sob-chuva.shtml

Link Instituto Ciclo BR Rota Márcia Prado: http://www.ciclobr.com.br/rota_marcia_prado.asp

By Capivara

 
 

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Restaurante do Vagão - Piedade - 26/11/11 - 90 km - Das 8:10 até 19:00


Numa bela manhã de sábado lá estavam os bravos ciclo-aventuristas concentrados no democrático QG dos Cervabikers®. Desta vez se apresentaram para mais uma grande aventura, da esquerda para a direita: Leandro, Clovis, Sam, Coil, Luciano, Capivara, Perinha, Enéas, Aline e a Claudia, (a fotógrafa).
Depois da tradicional seção de troca de fofocas, novidades semanais e fotografia oficial, partimos em direção a Votorantim para depois derivar pela estrada de Jurupará. Desta vez decidimos também fazer um pequeno desvio para passar pela fábrica da Votoran em Santa Helena.

No caminho ainda encontramos um ciclista (camiseta branca nas fotos abaixo) que, ao ver um bando de tiozinhos barrigudos pedalando sem destino, achou que não iríamos muito longe e decidiu nos acompanhar. Mal sabia ele que estava adentrando ao mais cascudo e determinado time Sorocabano de ciclistas de idade e meia. Alguns quilômetros à frente, o rapaz percebeu que não era brincadeira quando falamos que iríamos até Piedade e acabou desistindo e retornando para sua casa alegando compromissos inadiáveis.
Este caminho era muito sinistro e passava pelo o que seria o suposto set de filmagens do filme Crepúsculo.




Não fomos atacados por vampiros fashion, mas sim por um enxame de mutucas sanguinárias. Fugimos desesperadamente daquele local amaldiçoado, porém as mutucas estavam nos seguindo ávidas pelo nosso sangue que ainda estava com baixo teor alcoólico. Na estradinha de Jurupará estávamos sendo cruelmente atacados e como não temos sangue de barata, acabamos matando umas 10 mutucas até chegarmos ao topo da colina. O Perinha visivelmente assustado com os ataques, não parava de repetir que eram as mutucas de estimação do Capivara que nos seguiram por quase 4 Km.

Não podemos deixar de mencionar que nosso amigo Enéas completaria 3.000 km no ano, caso este passeio ultrapassasse os 74 km. O clima era de pura festa quando iniciamos um longo downhill rumo ao bairro de Jurupará. Não é necessário mencionar que a velocidade média na descida foi pelo menos 2 vezes menor do que de costume, pois todos ainda estavam abatidos com o acidente do Magoo - nosso mais ilustre integrante - e conscientes dos perigos e conseqüências que um tombo pode causar.
Depois de alguns quilômetros rodados na terra chegamos ao famoso barzinho de beira de estrada, onde degustamos uma Taubaína de garrafa.
Depois desta rápida parada partimos com destino a estrada de Piedade, pois nosso ritmo estava muito lento e estávamos muito atrasados. O Clovis e Leandro decidiriam retornar deste ponto porque os alvarás já estavam vencidos e todos sabem o quanto doe um pau-de-macarrão.
Mal sabiam nossos heróis que mais 4 contratempos atrasariam ainda mais esta aventura:
1° Contratempo: Estranhamente Perinha e Aline se perderam no caminho do barzinho até a estrada de Piedade e demoraram mais de 30 min para achar a rota correta – Huumm, isto precisa ser apurado, ehehe!!!

2° Contratempo:  O pneu escama de bode careca, da bike da Claudia,  fura no entroncamento de Piedade.
Graças a agilidade e precisão de Coil e Sam, este reparo tomou somente uns 15 min. Vejam que Claudia, além de não fazer nada para ajudar, ainda exige mais velocidade no reparo.
Agora faltava somente a longa subida progressiva da estrada Piedade-Tapiraí.  Nossos bravos heróis enfrentaram mais este desafio com grande astúcia. Coil, Capivara e  Enéas subiram num ritmo frenético, porém os demais integrantes decidiram fazer um “break” no meio da progressiva para descansar.
Depois de 48 Km percorridos, lá estávamos nós, no pitoresco restaurante “Estação Boca do Monte”, mais conhecido como “Vagão”.


Nosso grande amigo PP (Paulo Pimenta) veio especialmente para a Hidratação que também comemoraria os 3.000 km do Enéas.


Capivara ainda teve tempo de dar mais uma bola fora ao confundir a estatua de Mozart (que fica dentro do vagão) com a de Beethoven.
Depois de momentos muito agradáveis, porções deliciosas e de várias cervas trincando de geladas,  decidimos retornar para Sorocaba. Foi então que aconteceu o 3° Contratempo: O pneu da bike da Aline estava furado. Desta vez PP e Coil deram conta da missão, mesmo assim foram mais 30 min.



Já era 15:15 hs quando finalmente estávamos prontos para voltar. O tempo havia mudado bastante e uma tremenda tempestade estava se formando. Foi neste momento que fomos surpreendidos novamente: Claudia e Sam amarelaram e decidiram pegar uma carona com o PP que estava devidamente equipado com seu rack salva-mané-cansado.
Partimos desesperados para tentar evitar aquela tremenda tempestade. O retorno seria bem mais fácil, pois na ida subimos mais de 450 m e agora esperávamos bem mais descidas do que subidas. Rapidamente percorremos a estrada de Piedade e entramos (por sugestão do Capivara) na estradinha via Jurupará.
Infelizmente não temos registros fotográficos dos fantásticos acontecimentos que se seguiram.
4° Contratempo: Começou a chover na estradinha de Jurupará e o piso foi gradativamente ficando mais escorregadio e barrento. Como a chuva ainda estava fraca conseguimos manter um nível de pilotagem seguro, porém bem mais lento. Conseguimos percorrer cerca de 12 km nestas condições e quando estávamos à cerca de 3 km do final desta barrenta estrada, a chuva veio torrencial. Aí foi um verdadeiro show: Era barro para tudo quanto é lado, as bikes se encheram de lama a ponto de travar roda e marcha e formar enormes pelotas de barro nas forquilhas dos amortecedores dianteiros. As rodas estavam completamente encharcadas de barro e a estabilidade era zero, mesmo em velocidades muito baixas. A bike de Capivara começou a dar rabos de arraia até que o pobre roedor tomou um tremendo capote no barro. Como a velocidade estava muito baixa nosso herói atrapalhado nada sofreu. Aline declarou que jamais havia visto os Cervabikers® imundos desta forma. Tava todo mundo completamente marrom. Paramos inúmeras vezes para limpar o excesso de barro. Foram os 3 km mais demorados já percorridos,  mas foi uma experiência única.  Logo à frente, e já chegando na estrada de Votorantim, Enéas finalmente completou os 3.000km, com grande comemoração de todos os integrantes presentes e debaixo de um tremendo toró.
Tivemos que parar num posto para lavar as bikes e aproveitamos para tomar um banho de mangueira - no bom sentido é claro. Então, seguimos em frente passando pelo centro de Votorantim, nos despedimos do Enéas,  e seguimos para Sorocaba. A chuva havia parado e a ciclovia de Sorocaba estava seca, pois a chuva estava vindo para Sorocaba. Eu e o Perinha nos despedimos de Coil, Aline e Luciano e rumamos desesperados para casa, pois já era 18:20 hs. Quando chegamos a Armando Pannunzio mais uma tremenda chuva caiu e olha a Capivara molhada de novo!!!
Chegando em casa mais uma surpresa esperava pelo Capivara:




Vejam os detalhes da rota traçada até o GPS - mais uma vez - ficar sem bateria.
Rota Google Maps:  http://j.mp/rt2lY9
Que venham novos desafios barrentos e chuvosos!!!

By Capivara